quarta-feira, 10 de novembro de 2010

NOVA ONU: A IDÉIA TOMA FORMA

Ao que tudo indica, tanto Barack Obama como o chanceler britânico não entendem que essa reforma do Conselho de Segurança da Onu é o cumprimento da profecia dos "dez reis que oferecem o poder e autoridade à besta" de Apocalipse 17: 12 e 13. Idéia inicialmente levada aos quatro cantos do mundo pelo ex-secretário da Onu Kofi Annan, o presidente Lula e pelos demais líderes das demais nações postulantes a um assento permanente, como Alemanha, Índia e Japão. No primeiro discurso de um chanceler britânico dedicado inteiramente à América Latina em 200 anos, o ministro William Hague defendeu nesta terça-feira, dia 9, a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU e o fim da "negligência" nas relações entre o Reino Unido e os países latino-americanos.

"Vamos interromper o declínio da presença diplomática britânica na América Latina", disse Hague em discurso na Canning House, centro de estudos das relações entre britânicos, hispânicos e luso-brasileiros, em Londres.

O chanceler afirmou que o Reino Unido "continuará a pedir por uma reforma na ONU, incluindo a expansão do Conselho de Segurança com o Brasil como membro permanente". É uma questão, segundo Hague, de "legitimidade e equilíbrio" mundial de poder.

O Brasil é atualmente membro rotativo do CS, e a vaga permanente é uma reivindicação antiga do país.

Os membros permanentes --com poder de veto sobre as resoluções que tramitam no conselho-- são EUA, Reino Unido, França, China e Rússia. Países emergentes reivindicam uma reforma, alegando que o CS não representa mais a distribuição de poder econômico e geopolítico do mundo atual.

No entanto, a reforma no CS não é um consenso, e sua concretização pode levar anos. Sendo assim, a fala do chanceler britânico é sobretudo um gesto diplomático, semelhante ao feito por Barack Obama, na segunda-feira, em Nova Déli, quando defendeu a entrada da Índia no CS.

Mas, diga-se de passagem é a primeira vez que líderes do governo dos EUA e da Inglaterra manisfestam-se publicamente favoráveis a reforma da ONU e a indicarem quais nações devem compor a nova governança; é sinal de que estamos bem perto, a idéia pegou.